Turismo Falta de mão-de-obra preocupa hoteleiros Autor:Carlos Marçalo | JuarezC@revistas.cofina.pt Data Publicação:26/01/2018 Ordenados maiores e perspectivas de uma carreira internacional são duas das exigências dos novos trabalhadores do sector do turismo, numa altura em que a falta de mão-de-obra já se faz sentir. Todos os anos saem das 12 escolas do Turismo de Portugal cerca de 1.400 alunos de formação inicial e outros 4.500 de formação contínua, isto é, profissionais ou desempregados. Um número que não está a cobrir as necessidades do sector. Os hoteleiros ouvidos pelo Negócios são unânimes: há falta de mão-de-obra. "Quanto mais qualificada, mais difícil", aponta José Roquette, administrador do grupo Pestana. A escassez reflecte-se num aumento do custo médio com novos trabalhadores, sublinha. Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo Vila Galé, concorda. "O crescimento do turismo em Portugal e os hotéis que abriram ou vão abrir geraram maior procura de recursos humanos e de mão-de-obra", diz. As áreas operacional, de cozinhas, restaurante e limpezas são onde mais se nota essa falta. "O que observamos agora é que o mais preponderante para quem procura trabalho é o factor financeiro, acima do desenvolvimento da carreira", aponta Karim Rajabali, responsável financeiro do grupo The Beautique Hotels, dono do Figueira e do WC Beautique Hotel. Contudo, há outro aspecto que pode pesar: a possibilidade de uma carreira internacional. É esse ponto que a Minor Hotels procura promover nas acções de recrutamento que tem levado a cabo. Helena Costa, directora de recursos humanos no grupo dono dos Tivoli, explica que "na região do Algarve a dificuldade [em encontrar mão-de-obra] é mais acentuada". A procura já está a ser feita junto de escolas estrangeiras, como a Les Roches em Marbella. "A formação em turismo e em hotelaria em Portugal é de qualidade e chegam-nos pessoas cada vez mais preparadas,", caracteriza Gonçalo Rebelo de Almeida dos Vila Galé. Tendo análises como esta em conta, o Governo já fez saber que está a trabalhar para adaptar ainda mais a formação em turismo às necessidades do mercado de trabalho, com a revisão dos próprios currículos dos cursos. A reconversão profissional é outra das vontades.Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística mostram que, no terceiro trimestre de 2017, existiam 345.900 trabalhadores no sector do alojamento e restauração. Só o ano passado contribuiu com 53 mil novos postos de trabalho. O que procuram e oferecem os maiores grupos Pestana O grupo Pestana anunciou esta semana a abertura de 300 vagas de emprego, em áreas como cozinha, limpeza, restaurante, recepção ou animação. O administrador José Roquette já admitiu que existe falta de mão-de-obra em Portugal para o sector do turismo, o que se tem reflectido num aumento do custo médio. "Não existe mão-de-obra para acompanhar tanto crescimento da oferta hoteleira", diz. Vila Galé Este grupo hoteleiro conta com uma academia, com programas em áreas como educação ambiental, línguas, segurança contra incêndios, gestão de reclamações ou decoração de áreas de refeição. A cadeia hoteleira tem procurado também permitir aos seus colaboradores o acesso a descontos dentro do grupo ou em empresas parceiras, bem como atribuído prémios de produtividade ou seguro de saúde. Accor O grupo que integra marcas como Sofitel, Ibis ou Novotel admite que há "cada vez mais dificuldade em recrutar mão-de-obra especializada". O seu perfil internacional, com perspectivas de carreira além-fronteiras, é uma das componentes que o grupo procura divulgar junto de potenciais candidatos. É também feita uma referência a programas de formação em áreas como serviço ao cliente ou digital. Artigo publicado no Jornal de Negócios Partilhar esta informação
Turismo Falta de mão-de-obra preocupa hoteleiros Autor:Carlos Marçalo | JuarezC@revistas.cofina.pt Data Publicação:26/01/2018 Ordenados maiores e perspectivas de uma carreira internacional são duas das exigências dos novos trabalhadores do sector do turismo, numa altura em que a falta de mão-de-obra já se faz sentir. Todos os anos saem das 12 escolas do Turismo de Portugal cerca de 1.400 alunos de formação inicial e outros 4.500 de formação contínua, isto é, profissionais ou desempregados. Um número que não está a cobrir as necessidades do sector. Os hoteleiros ouvidos pelo Negócios são unânimes: há falta de mão-de-obra. "Quanto mais qualificada, mais difícil", aponta José Roquette, administrador do grupo Pestana. A escassez reflecte-se num aumento do custo médio com novos trabalhadores, sublinha. Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo Vila Galé, concorda. "O crescimento do turismo em Portugal e os hotéis que abriram ou vão abrir geraram maior procura de recursos humanos e de mão-de-obra", diz. As áreas operacional, de cozinhas, restaurante e limpezas são onde mais se nota essa falta. "O que observamos agora é que o mais preponderante para quem procura trabalho é o factor financeiro, acima do desenvolvimento da carreira", aponta Karim Rajabali, responsável financeiro do grupo The Beautique Hotels, dono do Figueira e do WC Beautique Hotel. Contudo, há outro aspecto que pode pesar: a possibilidade de uma carreira internacional. É esse ponto que a Minor Hotels procura promover nas acções de recrutamento que tem levado a cabo. Helena Costa, directora de recursos humanos no grupo dono dos Tivoli, explica que "na região do Algarve a dificuldade [em encontrar mão-de-obra] é mais acentuada". A procura já está a ser feita junto de escolas estrangeiras, como a Les Roches em Marbella. "A formação em turismo e em hotelaria em Portugal é de qualidade e chegam-nos pessoas cada vez mais preparadas,", caracteriza Gonçalo Rebelo de Almeida dos Vila Galé. Tendo análises como esta em conta, o Governo já fez saber que está a trabalhar para adaptar ainda mais a formação em turismo às necessidades do mercado de trabalho, com a revisão dos próprios currículos dos cursos. A reconversão profissional é outra das vontades.Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística mostram que, no terceiro trimestre de 2017, existiam 345.900 trabalhadores no sector do alojamento e restauração. Só o ano passado contribuiu com 53 mil novos postos de trabalho. O que procuram e oferecem os maiores grupos Pestana O grupo Pestana anunciou esta semana a abertura de 300 vagas de emprego, em áreas como cozinha, limpeza, restaurante, recepção ou animação. O administrador José Roquette já admitiu que existe falta de mão-de-obra em Portugal para o sector do turismo, o que se tem reflectido num aumento do custo médio. "Não existe mão-de-obra para acompanhar tanto crescimento da oferta hoteleira", diz. Vila Galé Este grupo hoteleiro conta com uma academia, com programas em áreas como educação ambiental, línguas, segurança contra incêndios, gestão de reclamações ou decoração de áreas de refeição. A cadeia hoteleira tem procurado também permitir aos seus colaboradores o acesso a descontos dentro do grupo ou em empresas parceiras, bem como atribuído prémios de produtividade ou seguro de saúde. Accor O grupo que integra marcas como Sofitel, Ibis ou Novotel admite que há "cada vez mais dificuldade em recrutar mão-de-obra especializada". O seu perfil internacional, com perspectivas de carreira além-fronteiras, é uma das componentes que o grupo procura divulgar junto de potenciais candidatos. É também feita uma referência a programas de formação em áreas como serviço ao cliente ou digital. Artigo publicado no Jornal de Negócios