Mercado de trabalho Áreas profissionais com mais oportunidades este ano Autor: Data Publicação:01/02/2017 O Empregos Online no seguinte artigo procura deixar algumas pistas sobre sectores de actividade e profissões com maior procura durante 2017, quer pelo dinamismo económico que revelam, quer pela dificuldade das organizações encontrarem perfis para preencherem oportunidades criadas. «Se tivéssemos de traçar as grandes linhas para o primeiro trimestre de 2017, diríamos que a projecção para a criação líquida de emprego indica a continuidade de um ritmo de contratação moderado, e que a criação de emprego será impulsionada pelas Grandes e Médias Empresas, na Restauração e Hotelaria e nos Transportes, Logística e Comunicações, em especial na região Sul», conclui Nuno Gameiro, Country Manager nacional da ManpowerGroup. O inquérito «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» elaborado para este ano projecta que a criação líquida de emprego nos primeiros meses do ano na economia portuguesa vai ser sobretudo nos sectores da Restauração e Hotelaria (+15%), Transportes, Logística e Comunicações (+12%), Agricultura, Floresta e Pescas (+7%) e Comércio Grossista e Retalhista (+6%). Os sectores automóvel e de componentes, electrónica, energia, farmacêutica, novas tecnologias de informação e comunicação e turismo são os ramos de actividade a admitir mais pessoal este ano em Portugal, para o consultor e coach em liderança Marco Meireles, entrevistado no passado mês pelo jornal gratuito Destak. Turismo A crescente visibilidade internacional do país, o aumento do número de ligações e companhias aéreas a voar para território nacional e a abertura de aproximadamente mais quatro dezenas de hotéis fazem do sector turístico um dos que vai continuar a recrutar bastante este ano. «É um sector pleno de oportunidades: é esperado em Portugal um crescimento muito significativo da empregabilidade no turismo, que deverá traduzir-se na criação de 57 mil postos de trabalho em Portugal até 2025», afirmou Daniel Gomes, professor da Escola Superior de Educação de Coimbra, durante a segunda edição do evento "Boarding Pass", que decorreu na primeira quinzena de Janeiro na Escola de Hotelaria e Turismo da cidade conimbricense. «O turismo está a bater recordes em termos de criação de riqueza, do número de turistas e está a bater recordes na criação de emprego», salientou a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, num encontro em Outubro passado em Idanha-a-Nova. «Neste momento, existe uma grande carência de pessoas qualificadas no sector», que se está a transformar «numa actividade que acontece durante todo o ano e que gera emprego qualificado», acrescentou a governante. Tecnologias de Informação / Digital As actividades de informática, sistemas de informação e novas tecnologias continuam a ser um dos pólos mais fortes de recrutamento e mantêm-se com inúmeras oportunidades em aberto. «Os IT são os únicos que estão num mercado candidate driven, ou seja, há mais procura do que oferta e os próprios técnicos é que escolhem onde é que querem trabalhar», reconhece ao Diário de Notícias o director da área de profissionais da Randstad, Nuno Troni. Pela sua especialização, os programadores são uma daquelas funções com maiores dificuldades em preenchimento pelas empresas e emprego garantido. «Tudo o que trabalhe com a área digital, CRM, e-commerce. Pessoas que saibam mexer com Dot Net, Java e Mobile têm sempre muita saída», explicou à mesma publicação a directora regional da Hays, Sandrine Veríssimo. «As profissões ligadas ao marketing digital, social media e de gestão de produto continuarão a ter destaque nas organizações", identificou também ao DN a directora-geral da Adecco, Carla Rebelo. A necessidade das empresas de conhecer cada vez melhor o perfil dos utilizadores das suas páginas (sites/redes sociais) e /ou dos seus consumidores leva ao crescente interesse em profissionais com competências em análise de dados - os especialistas em dados – datamining ou em empresas altamente especializadas os perfis mais avançados de cientistas de dados. Um desses exemplos aplicados à investigação científica focada em saúde e outras ciências da vida passa pela escassez de bioinformáticos, profissionais hoje com um papel muito relevante para o desenvolvimento de avanços na pesquisa médica e biológica pela necessidade de análise e tratamento de dados em larga escala. Engenharias As empresas no Minho têm tido dificuldades para recrutar engenheiros, particularmente das áreas informática, têxtil e mecânica. São por isso três especializações da engenharia com oportunidades em aberto para os formados nesses campos. As organizações têm optado por encontrar perfis fora do país ou reconverter engenheiros de outros ramos. Essas dificuldades foram por exemplo abordadas na recente «Semana da Escola de Engenharia» da Universidade do Minho. «Não é verdade que há engenheiros a mais. Continua a haver procura, sobretudo na área da engenharia da automação e da mecatrónica. Encontrar bons profissionais no ramo é quase como encontrar uma agulha num palheiro», declarou Sandrine Veríssimo ao Diário de Notícias. Metalurgia «Há um défice muito grande profissionais que atinge todo o sector», constata Gonçalo Lobo Xavier, conselheiro (advisor) do conselho de gestão da AIMMAP (Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal) e porta-voz da entidade para as questões da empregabilidade e qualificação, em declarações recentes ao Expresso. «Não há, digo-o com toda a certeza, nas áreas de maior concentração de empresas deste sector - Águeda, Aveiro, Porto, Trofa ou Famalicão - desemprego para perfis especializados. Há uma enorme necessidade das empresas para absorver profissionais com as competências necessárias», acrescenta o responsável. A chegada dos formados pelas vias técnica e universitária não têm sido suficiente para acompanhar as necessidades de entrada de profissionais nas organizações do sector, fruto do bom ritmo de crescimento das exportações portuguesas da metalurgia e metalomecânica. Operadores de máquinas das áreas de fundição e de moldes, soldadores, serralheiros, técnicos de mecatrónica, mas também técnicos de logística, engenheiros de produção industrial e engenheiros informáticos são as profissões com lugares por preencher nas firmas metalúrgicas. A AIMMAP estima que existam quatro a cinco mil lugares em aberto em todo a fileira portuguesa do sector. Ciências empresariais «Prevemos continuar a receber das empresas muitos pedidos de profissionais da área da economia e gestão. Obviamente que os que vierem dos melhores cursos e universidades serão os que vão ficar mais bem posicionados nos recrutamentos», refere Nuno Troni, da Randstad. Centros de suporte As pessoas com fluência em francês, assim como em outras línguas europeias de menor expressão têm relativa facilidade de integração nos centros de apoio ao cliente/assistência que têm vindo a fixar-se no país e a capacidade de expressão em língua francesa ou em idiomas menos comuns contribui para a atribuição de um vencimento mais generoso, pela dificuldade em se encontrarem muitos profissionais com esses "skills" no mercado português. Partilhar esta informação
Mercado de trabalho Áreas profissionais com mais oportunidades este ano Autor: Data Publicação:01/02/2017 O Empregos Online no seguinte artigo procura deixar algumas pistas sobre sectores de actividade e profissões com maior procura durante 2017, quer pelo dinamismo económico que revelam, quer pela dificuldade das organizações encontrarem perfis para preencherem oportunidades criadas. «Se tivéssemos de traçar as grandes linhas para o primeiro trimestre de 2017, diríamos que a projecção para a criação líquida de emprego indica a continuidade de um ritmo de contratação moderado, e que a criação de emprego será impulsionada pelas Grandes e Médias Empresas, na Restauração e Hotelaria e nos Transportes, Logística e Comunicações, em especial na região Sul», conclui Nuno Gameiro, Country Manager nacional da ManpowerGroup. O inquérito «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» elaborado para este ano projecta que a criação líquida de emprego nos primeiros meses do ano na economia portuguesa vai ser sobretudo nos sectores da Restauração e Hotelaria (+15%), Transportes, Logística e Comunicações (+12%), Agricultura, Floresta e Pescas (+7%) e Comércio Grossista e Retalhista (+6%). Os sectores automóvel e de componentes, electrónica, energia, farmacêutica, novas tecnologias de informação e comunicação e turismo são os ramos de actividade a admitir mais pessoal este ano em Portugal, para o consultor e coach em liderança Marco Meireles, entrevistado no passado mês pelo jornal gratuito Destak. Turismo A crescente visibilidade internacional do país, o aumento do número de ligações e companhias aéreas a voar para território nacional e a abertura de aproximadamente mais quatro dezenas de hotéis fazem do sector turístico um dos que vai continuar a recrutar bastante este ano. «É um sector pleno de oportunidades: é esperado em Portugal um crescimento muito significativo da empregabilidade no turismo, que deverá traduzir-se na criação de 57 mil postos de trabalho em Portugal até 2025», afirmou Daniel Gomes, professor da Escola Superior de Educação de Coimbra, durante a segunda edição do evento "Boarding Pass", que decorreu na primeira quinzena de Janeiro na Escola de Hotelaria e Turismo da cidade conimbricense. «O turismo está a bater recordes em termos de criação de riqueza, do número de turistas e está a bater recordes na criação de emprego», salientou a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, num encontro em Outubro passado em Idanha-a-Nova. «Neste momento, existe uma grande carência de pessoas qualificadas no sector», que se está a transformar «numa actividade que acontece durante todo o ano e que gera emprego qualificado», acrescentou a governante. Tecnologias de Informação / Digital As actividades de informática, sistemas de informação e novas tecnologias continuam a ser um dos pólos mais fortes de recrutamento e mantêm-se com inúmeras oportunidades em aberto. «Os IT são os únicos que estão num mercado candidate driven, ou seja, há mais procura do que oferta e os próprios técnicos é que escolhem onde é que querem trabalhar», reconhece ao Diário de Notícias o director da área de profissionais da Randstad, Nuno Troni. Pela sua especialização, os programadores são uma daquelas funções com maiores dificuldades em preenchimento pelas empresas e emprego garantido. «Tudo o que trabalhe com a área digital, CRM, e-commerce. Pessoas que saibam mexer com Dot Net, Java e Mobile têm sempre muita saída», explicou à mesma publicação a directora regional da Hays, Sandrine Veríssimo. «As profissões ligadas ao marketing digital, social media e de gestão de produto continuarão a ter destaque nas organizações", identificou também ao DN a directora-geral da Adecco, Carla Rebelo. A necessidade das empresas de conhecer cada vez melhor o perfil dos utilizadores das suas páginas (sites/redes sociais) e /ou dos seus consumidores leva ao crescente interesse em profissionais com competências em análise de dados - os especialistas em dados – datamining ou em empresas altamente especializadas os perfis mais avançados de cientistas de dados. Um desses exemplos aplicados à investigação científica focada em saúde e outras ciências da vida passa pela escassez de bioinformáticos, profissionais hoje com um papel muito relevante para o desenvolvimento de avanços na pesquisa médica e biológica pela necessidade de análise e tratamento de dados em larga escala. Engenharias As empresas no Minho têm tido dificuldades para recrutar engenheiros, particularmente das áreas informática, têxtil e mecânica. São por isso três especializações da engenharia com oportunidades em aberto para os formados nesses campos. As organizações têm optado por encontrar perfis fora do país ou reconverter engenheiros de outros ramos. Essas dificuldades foram por exemplo abordadas na recente «Semana da Escola de Engenharia» da Universidade do Minho. «Não é verdade que há engenheiros a mais. Continua a haver procura, sobretudo na área da engenharia da automação e da mecatrónica. Encontrar bons profissionais no ramo é quase como encontrar uma agulha num palheiro», declarou Sandrine Veríssimo ao Diário de Notícias. Metalurgia «Há um défice muito grande profissionais que atinge todo o sector», constata Gonçalo Lobo Xavier, conselheiro (advisor) do conselho de gestão da AIMMAP (Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal) e porta-voz da entidade para as questões da empregabilidade e qualificação, em declarações recentes ao Expresso. «Não há, digo-o com toda a certeza, nas áreas de maior concentração de empresas deste sector - Águeda, Aveiro, Porto, Trofa ou Famalicão - desemprego para perfis especializados. Há uma enorme necessidade das empresas para absorver profissionais com as competências necessárias», acrescenta o responsável. A chegada dos formados pelas vias técnica e universitária não têm sido suficiente para acompanhar as necessidades de entrada de profissionais nas organizações do sector, fruto do bom ritmo de crescimento das exportações portuguesas da metalurgia e metalomecânica. Operadores de máquinas das áreas de fundição e de moldes, soldadores, serralheiros, técnicos de mecatrónica, mas também técnicos de logística, engenheiros de produção industrial e engenheiros informáticos são as profissões com lugares por preencher nas firmas metalúrgicas. A AIMMAP estima que existam quatro a cinco mil lugares em aberto em todo a fileira portuguesa do sector. Ciências empresariais «Prevemos continuar a receber das empresas muitos pedidos de profissionais da área da economia e gestão. Obviamente que os que vierem dos melhores cursos e universidades serão os que vão ficar mais bem posicionados nos recrutamentos», refere Nuno Troni, da Randstad. Centros de suporte As pessoas com fluência em francês, assim como em outras línguas europeias de menor expressão têm relativa facilidade de integração nos centros de apoio ao cliente/assistência que têm vindo a fixar-se no país e a capacidade de expressão em língua francesa ou em idiomas menos comuns contribui para a atribuição de um vencimento mais generoso, pela dificuldade em se encontrarem muitos profissionais com esses "skills" no mercado português.